
Num cenário de uma Europa que tenta a todo o custo passar uma imagem renovada, moderna e unida, as questões fracturantes não deixam de surgir. E quando se pensa na causa de discórdia que mais frequentemente surge correlacionada com o cenário Europeu é inevitável que seja referido o Tratado Constitucional Europeu.
Num mundo moderno e em pleno séc. XXI os países devem estar unidos para vencer os novos problemas que a modernidade faz surgir, bem como rever estratégias para combater os velhos problemas que têm vindo a assolar o nosso planeta. Lá diz o ditado que a união faz a força...
Agora resta saber se a União está suficientemente unida...É indubitável o impasse jurídico e político que foi criado por este tratado. Com os vetos de alguns dos países com maior peso diplomático no teatro europeu, chegou-se a pensar que o tratado não passaria de um sonho megalómano. Contudo, e com um trabalho notável por parte da Presidência Alemã, voltou-se a discutir e colocar a hipótese de se consumar o tão badalado documento.
Agora as caravelas parecem remar a bom porto, e a tarefa muda de mãos. Cabe agora a Lisboa continuar o trabalho e negociar diplomaticamente o documento. Será que o nosso estado será capaz de desempenhar tais funções?! Penso que sim... muitos sabem que sou socialista, e como socialista não concordo com algumas medidas deste governo todavia, e em termos de negócios estrangeiros não tenho nenhuma crítica a fazer. Penso que este governo tem tido sempre uma actuação interessante relativamente à política externa, nomeadamente à política Europeia.
Atravessando um período de protagonismo político vários factores favoreceram a vinda da presidência da União Europeia para o nosso país, mais que não seja pela nacionalidade do seu Presidente, o Sr. Dr. José Manuel Durão Barroso.
Se abandonar o país a meio de uma crise económica, financeira e social teve as suas desvantagens, o protagonismo e visibilidade Europeus a que foram submetidos Portugal não é claramente uma delas. (contudo longe de mim concordar com tal situação) Mas a realidade é que, devido a esta conjectura Europeia, cabe à nossa presidência finalizar as negociações que parecem ser últimas e decisivas.
Para mim o tratado Europeu deve ser aplicado com urgência. A que fomentar o clima de união, nomeadamente a nível jurídico para que se consigam vencer os problemas em conjunto. Embora façamos parte desta dita união, penso que cada país vive a sua própria realidade, independentemente do que se passa na Europa... Parece que o único elo de ligação é mesmo a Euribor! Este Tratado iria clarificar constitucionalmente a união que se vive.
Penso que os países, sem perderem as suas tradições e culturas, devem começar a considerar mais os seus cidadãos como sendo Europeus.
Em relação à
realização de referendo, penso que seria vantajoso saber a opinião dos portugueses no que toca ao assunto. No mínimo seria uma excelente oportunidade de, juntamente com a sociedade civil, discutir o tema, para que todas as dúvidas sejam discutidas e, ao mesmo tempo, dar mais transparência ao assunto.
Filipe Ribeiro