Arte... palavra simples de apenas três letras mas que abrange uma imensidão de conceitos cada um com imensuráveis ramificações.
Julgo que o conceito de arte não deve ser tomado como único e impessoal. Cada um de nós vive a arte de formas estruturalmente e psicologicamente diferentes. Cada um de nós, tal grão de poeira na imensidão da praia, considera arte coisas que outros não.
A negação de algo como sendo uma obra de arte, para mim, não é mais do que a mais bela forma de expressar a nossa liberdade. A liberdade deve ser sempre o que nos guia nas nossas vidas e devemos ter em conta sempre que temos o direito de opinar e que vivemos num país livre.
Quando as nossas palavras deixam de ser suficientes para exprimir os sentimentos que se esbatem no nosso íntimo a arte adquire o papel principal no teatro do nosso coração. A arte expressa sem intermédios sinuosos o que de mais sagrado se desenvolve na catedral do nosso eu. A música, a pintura, a escultura, são por muito considerados por arte. Não nego tais convicções, mas porquê considerar arte uma fotografia paisagística, e não a paisagem em si?
A arte não me parece ser exclusiva do homem. Para mim, a própria natureza é a mais bela obra de arte que existe nesta conjunção universal que é a Terra. E que obra maior existe que o próprio universo? NENHUMA...
Sem desfazer o trabalho do homem na arte que tanto admiro e respeito, essa arte é uma arte menor, do que aquela que nos rodeia e que muitas vezes nem damos pela sua existência.
