A Justiça das Escutas

Posted by Filipe Ribeiro | | Posted on 23:06





Como cidadão, mas acima de tudo como ser humano sinto-me insultado ao pensar que as conversas que tenho ao telefone com os meus amigos, possam ser escutadas e usadas contra mim. É no mínimo escandaloso.

É neste sentido que apoio o novo código de processo penal. Em que medida faz sentido que um desabafo com outrem, que retirado de um contexto intrínseco a uma conversa e ocasião, possa ser usado como prova num processo? Em conversas privadas as maiores barbaridades podem ser proferidas, de um modo inconsciente ou não, que podem de todo não constituir a realidade.

Constituindo, em minha opinião, fontes não credíveis de informação, penso que não devem, de todo ser utilizadas como prova sem que devidamente sejam rigorosamente analisadas e contextualizadas.

Parece-me que quando se fala neste tema há que ter um cuidado redobrado. Num país que se diz livre este tipo de situações não podem ser levadas de ânimo leva, ainda para mais numa nação que sofreu tanto com um regime ditatorial e totalitário. Não considero razoável que este tipo de situações seja levado em conta sem o mínimo de rigor e cuidado.

Este novo código, no que toca às escutas telefónicas, só peca por tardio, não faz sentido em democracia as pessoas não poderem desabafar nem dizer certas coisas com medo que o seu telefone esteja, efectivamente sob, escuta.

Não sou contra este tipo de metodologia, contudo deve ser usada apenas em situações excepcionais e extraordinárias, afim de não colidirem com a liberdade de ninguém. Penso que deve constituir um recurso viável apenas quando essa liberdade colide com a própria justiça.


Filipe Ribeiro

Comments (8)

(HE HE HE, sou o primeiro a comentar)

Pois a mim não me choca minimamente as escutas telefónicas. Prefiro abdicar de alguma privacidade em prol da justiça. É claro que ninguém vai por um telefone sobre escuta só porque apetece. Tem de haver desconfianças sólidas para por um telefone sobre escuta, e quem não deve não teme, por isso estou descansado.
E desde que ouvi a conspiração sobre o Google, já nada me surpreende.

“em democracia” Exagtamente, em democracia, o problema é que em Portugal a democracia é apenas teoria! Não só em Portugal é certo, em muitos paises deste mundo (a maioria, infelizmente), mas felizmente ainda ha um ou outra pais em que a democracia é democracia.

(Já agora um desabafo…que raio de democracia é esta em que não me é permitido usar uma cruz suastica, e que democracia é esta que me permite um partido comunista mas não me permite um partido nazi! Por amor a Lord Voldmort - sim, porque o Outro não merece ser para aqui chamado.)

É revoltante sim senhora!
As nossas conversas de casal ja casado ha 12 anos a serem escutadas, os longos genericos das novelas que tantas vezes cantamos…tudo isto vai ser uma difamação contra mim quando eu sguir a minha carreira artistica! loool
Estive a brincar com o assunto utilizando coisas muito rudimentares, mas levem isto para um caso mais serio, uma frase mal intrepertada, um trocadilho não percebido…e podemos ter o nosso nome na lama!

Bjokas fofas da tua mulher que se chama Satine Esterisco*

PS: Eu disse que não comentava esta porqueira! :P

Não tenho nada a referir, já o referiste e até concordo.

“o problema é que em Portugal a democracia é apenas teoria!” por Mariana Esterisco

-> Nãããããããããããããããão é nada :)

um artigo mt fixe..
concordo ctg…nao é k tenha algo a esconder so k as pessoas tem k ter uma certa privacidada..

***

Grandes criminosos, concordo.
Falar ao telemovel ou nao, isso é com cada um. Cada um sabe os riscos. Cada um deve decidir se fala pessoalmente ou nao.

Abro uma excepção: vou comentar um texto com o qual estou de acordo!

Bem para já temos de acreditar na enorme utilidade que é fazer uso de todo o tipo de informação que pode ser “recortada”:

“Eu não disse que a minha avó é um porco balofo!”
“……………..a minha avó é um porco balofo!”,

Mas talvez isso deva ser guardado para as conversas de café, em que podemos despregar os dentes a rir só porque alguém nos conta a história da mulherzinha do autocarro que era estúpida sem o ser, que passou a dizer aquilo que não disse, e aquilo que até é provável que tenha dito, por não ser de conveniência assim se ignorou.

Espero que o parágrafo anterior tenha sido bem explicito, mas também já sei que para falar por palavras de boca que não é minha, mas que passou a ser, não dá com nada: por isso não comento texto com os que concordo.

Cumprimentos,

“Porra: as minhas cuecas!”
F.Lima

Concordo plenamente com o que disseste. Todos temos direito á nossa privacidade, e com certeza que ha’ muitas coisas que acabamos por dizer inconscientemente, e que podem ter segundas interpretações, as escutas devem ser aplicadas em últimos casos e que seje 100% necessario para tal fim.

Ps: RIbeiro és um Pegooooooo pinipego ahahah! :D