Mercado da Verderena
Posted by Filipe Ribeiro | | Posted on 17:50
Um dos temas quentes que marcam a actualidade da nossa cidade é o abrupto encerramento do Mercado da Verderena. Foi com muito espanto e estranheza que ouvi falar do desaparecimento do mais famoso e histórico mercado de rua do Barreiro. Histórico pelas pessoas que lhe dão vida à várias gerações, já que os locais do mesmo têm vindo a ser constantemente alterados.
Foi então que soube da existência de uma Assembleia Municipal subordinada ao polémico tema, reunião a que decidi assistir. Foi com uma alta expectativa que entrei na sala do auditório da Biblioteca Municipal, e foi com grande surpresa que me deparei com uma plateia na ordem de uma centena de pessoas maioritariamente constituída por populares de etnia cigana e tendeiras.
Foi de facto uma reunião muito concorrida, onde o período destinado à intervenção do público foi intensamente concorrido, e onde as pessoas cujo sustente advém maioritariamente da venda ambulante. Os registos mais utilizado pelos intervenientes foram efectivamente o desespero e a tristeza de ver a sua profissão acabar sine die. Foram feitos apelos às entidades municipais para que o sustento de todas as pessoas que trabalham no mercado não fosse cortado.
Neste período devo destacar a intervenção de uma senhora de origem cigana que, pelo seu discurso seguro, altamente bem construído e emotivo, soube "prender" todo o auditório à sua causa e soube mostrar uma eloquência que em muito superou imensas prestações de muitos políticos portugueses na Assembleia da República.
Seguidamente deu-se a discussão do tema entre os deputados municipais. Os deputados do PCP debateram-se por transmitir ao público a sua inocência no tema, e sublinharam que todo o problema não é novo, os actuais terrenos do mercado são propriedade do F.C.Barreirense, emprestados à C.M.Barreiro ao abrigo de um protocolo. Explicaram então que o Barreirense exigiu os terrenos de volta e a Câmara viu-se obrigada a cederá exigência. Confrontados por deputados dos outros partidos o PCP, na voz dos seus deputados, clarificou que a Câmara não possui terrenos públicos com condições para a realização de um mercado, afirmando que a solução passa por encontrar um terreno privado que possa servir para o efeito.
Os animos exaltaram-se quando o PCP defendeu que esse terreno deve ser encontrado pelos trabalhadores do mercado em parceria com a C.M.B.. O PS não aceitou esta proposta e defendeu firmemente que este tipo de situações devem ser uma responsabilidade da autarquia. As instituições autárquicas devem ser responsáveis pela procura dos locais adequados para o desenvolvimento das actividades económicas do concelho, opinião que eu partilho.
Para mim não devem ser os moradores a encontrar o local adequado para a realização do mercado. Se existe uma equipa camarária, é esta que deve ser encarregue por esta procura, assegurando as condições necessárias ao desenvolvimento das profissões dos trabalhadores do concelho sob sua jurisdição.
Assim terminou a reunião, todas as propostas foram aceites por unanimidade, excepto a do PS com um voto contra do PSD.Para mim esta reunião foi fundamental para entender o que é política. Embora possamos discuti-la, aprendê-la, apenas ali, num debate aceso sobre um tema incandescente, é que se pode compreender o que é política, com todas as suas artimanhas, ataques, propagandas, e discursos persuasivos.
Antes de terminar, gostaria de falar de uma proposta para uma modificação do tipo e do espaço do mercado que existe actualmente. Foi a primeira intervenção do público, protagonizada pela cidadão António Cabós Gonçalves e que deixou, com muita esperança a plateia que se encontrava no auditório.
Inspirada nos casos de grandes cidade europeias, esta proposta visa a requalificação do Mercado da Verderena, tornando-o no Mercado do Marquês. Ao longo da Avenida Marquês de Pombal seria organizado um mercado municipal. Passaria a funcionar ao longo da avenida em paralelo à estrada e dividir-se-ia em zonas distintas, consoante os diferentes tipos de produtos de venda ao público. Uma proposta elaborada com rigor, pensada em diferentes aspectos e que penso que seja a solução para os problemas das pessoas que dependem do mercado. Foi com um entusiasmo inquestionável que esta proposta foi recebida por parte de ciganos e tendeiros que mostraram um apoio indubitável à proposta apresentada.
Os problemas da nossa cidade devem ser resolvidos com soluções originais, inovadoras e empreendedoras, que são qualidades presentes na proposta. Penso que de facto é acima de tudo uma excelente solução permitindo contrapartidas positivas para a cidade, nomeadamente ao nível de uma consequente revitalização da parte histórica do nosso concelho.
Poderão consultar a proposta na íntegra no site: http://www.mercadomarquezdepombal.blogspot.com/
Participem no blog e dêem a vossa opinião sobre o projecto.Quando problemas deste género surgem há que reinventar os conceitos e para isso é necessário a vontade e empenho de todos!
Filipe Ribeiro
INDIGNACAO!!….qer dizer…as pessoas agOra n vao poder dar d comer aos seus filhos nem ter comer para elas??…pQ?..pQ n ha terrenos ond possam exercer a sua profissao? onde possam vender?…realmente o mundo vai d mal a pior…uns com muito e outros com pouco…como e que as pessoas vao viver agora??…do ar??….e ele que lhes alimenta? que as veste?..N pois n??…acho incorreto o modo como as pessoas agem hoje em dia!!…
Concordo que tb devia ser a populaçao a arranjar o local para q assim a feira continuasse, assim resolveriasse todos os problemas q se teem gereado devido ao mercado fechar, e n haveria falta de empregos!
sto realmente há ‘cum cada uma que até parecem duas. É indignante que, com a elevada taxa de desemprego que há no nosso país que acabem assim com os mercados e andem a ‘passar a batata quente’ duns para os outros e ninguém se entende. Acho excelente que se criem reuniões para discutir o caso, mas acho horrores que todos limpem a água do capote.
Adoro a tua maneira de escrever, como já disse em comentários anteriores. A fotografia que usaste para documentar o artigo é excelente. Foi o meu bisavô que pintou aquele quadro, tenho o original em casa!
Gonçalo
:O agr fecham isto
lol foste la e assististe a cigana a ser superior aos politicos e n achas normal? xD
Mas se os terrenos sao do barreirense então que queriam que a câmara fizesse? era obrigada a fechar claro
concordo ctg knd dizes k nao devem ser os comerciantes a decidir, mas sim a camara é k deve arranjar um sitio porreiro k nao de problemas e k sirva para os comerciantes conseguirem fazer a sua vida
é so pa acrescentar isto
“Os animos exaltaram-se quando o PCP defendeu que esse terreno deve ser encontrado pelos moradores em parceria com a C.M.B.”
“Para mim não devem ser os moradores a encontrar o local adequado para a realização do mercado”
os comerciantes vivem no mercado lol e agr devem decidir o novo sitio onde vao morar xD
AH SEU MALANDRO
emendaste agr hehe
Sim, já está emendado, obrigado! ;-)
Gonçalo, o quadro não foi propriamente uma escolha especifica para este post, foi tirado do blog http://www.mercadomarquezdepombal.blogspot.com/
Para quem não saiba o pintor do quadro, bisavô do Gonçalo, chamava-se Belmiro Ferreira.
Olá Filipe
Muito obrigado pela referência ao projecto e pela forma como a mesma é feita. Gostaria que tu e toda a malta que “anda à volta” do teu Blog, pudesse dar-se ao trabalho de consultar, com atenção, o projecto e seus desenvolvimentos e, sobretudo, que façam todas as críticas que entenderem e avancem todas as sugestões que considerem úteis.
Como é público - ao menos desde a entrevista ao JB - tenho 52 anos. Sou um “cota” com 2 filhos, uma neta e 3 enfartes do miocárdio…
Todavia, não acredito muito, devo confessar-te, na maioria do pessoal da minha geração… Têm, geralmente, muita gordura no cérebro e pantufas no coração. Pensam muito no Ter e pouco no Ser…
É por isso que tenho muitos amigos muito jovens que, ao contrário de muita gente, eu acredito convictamente que são melhores que as gerações que os antecederam.
Eu acho que, visto “do alto”, em planta, “do ponto de vista de Deus”, cada geração é melhor que as que a antecederam. Faz parte da lei da vida e qualquer biólogo minimamente competente explica, com facilidade, a teoria da evolução das espécies. Só que os “acomodados” costumam comparar os melhores exemplos da sua geração com os piores da geração seguinte… Daí até considerar um epifenómeno como uma epidemia vai um pequeno passo!
É por isso que eu gostaria de ter sempre presente a tua opinião e dos teus amigos.
Estou a enviar uma espécie de “newsletter” sobre as actualizações da ideia a toda a gente que consta de uma lista própria que tenho vindo a organizar. Como não consigo descobrir, em lado nenhum do teu (muito bem construído e com um layout fabuloso!) Blog, não quererás enviar-me uma mensagem para mercado.do.marquez@gmail.com, mesmo que apenas com a referência “Adicionar à lista” no assunto, para que eu te possa enviar, também, toda a informação pertinente?
Aliás, fica feito convite idêntico a todos os “frequentadores” do teu Blog!
Como costumo fazer, irei adicionar o link para este teu Post na “badana” do “Mercado de rua Marquês de Pombal” sob a rúbrica, “Referências ao projecto na Blogosfera”.
Finalmente, devo dizer ao Gonçalo que deve ter um grande orgulho em ser neto do grande Belmiro Ferreira!
O quadro do seu avô é a capa do meu Projecto e a referência à sua autoria e à pessoa do seu autor vem, devidamente sinalizada, na última página da Proposta, sob o Título “Créditos”. E tem um link para o site http://www.artbarreiro.com, que convido toda a gente a visitar e onde está alojado, na íntegra, o Projecto e se vai dando conta dos seus desenvolvimentos.
E nesse site, para além de muitas coisas, muito interessantes, sobre o Barreiro, vale a pena ver um completíssimo trabalho sobre Belmiro Ferreira, incluíndo a sua Biografia e a reprodução de muitas das suas obras.
Curtam em http://www.artbarreiro.com/belmiro/belferreira.html.
Um abraço do
António Cabós Gonçalves
Mercado no Barreiro, eu quero que aqui fique!
Mesmo aqui ao pé da minha casa!
Pronto…a parte da discução politica, n me interessa muito, mas enfim!
Eu sou mais pelos Jovens “Com” Fronteiras!
Bjokas***
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